Porque cozinha tem que ser confortável...

* Por Morillo Carvalho

Na minha volta aos posts, o assunto é o ambiente a que nós dedicamos parte da vida por gostarmos de cozinhar: a cozinha, oras. Na minha casa, eu curto receber amigos e preparar os pratos para eles. Mas não me sentia à vontade para que estivessem comigo durante os preparos, já que minha cozinha era pouco espaçosa, escura e, apesar de reformada há só sete anos, horrenda.


Uma amiga minha diz que mau gosto é questão de livre arbítrio, e é fato demais isso. A ex-dona do meu apê teve a formidável ideia de, em pleno 2005, revestir o ambiente de cerâmicas pequenininhas e... BEJES! Pra enfeiar mais ainda o troço, ainda colocou uma faixinha de cerâmica cortando todas as paredes da cozinha ao meio... LARANJA! Enfim, era coisa rica de Deus, só que não.


Apesar de todos os percalços, sempre que eu estava a cozinhar, os amigos insistiam em ficar comigo lá, conversando. O que me irritava era não poder recebê-los com mais conforto. Bom, eu coloquei cada verbo no passado neste texto, justamente porque criei vergonha na minha cara e resolvi mudar aquilo ali. Certo não tava...



Daí, entra a boa e velha questão: money, que é good nóis não have, se nóis hevasse nóis não tava aqui pleyando. Grana curta = Glauber Rocha, uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Dispenso a câmera, não tava trabalhando. Reformar é impossível, então descobri um troço chamado "customização". E com poucos materiais de construção, adesivos, tinta, rolo e um pouco de cerâmicas novas, o que era isso:


Se transformou nisso:




Em uma semana de dedicação, com tempo mirrado e a baita ajuda do Floriano, o faz-tudo do meu prédio, o ambiente se transformou totalmente. Primeiro, o piso. Esse realmente me enchia o saco. Como era BEJE, por mais limpo que estivesse, sempre tava com cara de encardido. E que nojo, hã?


Solução pra ele: assentar um novo piso por cima do velho. Não tive grandes problemas, pois a cozinha era uns cinco centímetros mais baixa que a casa mesmo. Comprei uma cerâmica branca grandona e argamassa especial, apropriada para piso sobre piso. Não coloquei porcelanato, pois há várias reclamações sobre o uso desse revestimento em área molhada. Mentira, ou melhor, verdade, mas o motivo foi grana mesmo. Gastaria R$420 contos, e com essa cerâmica bacanuda, foram R$160. Curtiu? Vamos às paredes:


Eram bejes, ficaram brancas. Tudo não passa de tinta epóxi, que serve para pintar azulejos. Nem eu pensava que o resultado ia ser tão legal. Uma lata tá entre R$130 e R$170. Com duas, até sobrou tinta. Comprei a Sherwin Williams, que é das mais caras, mas tem um detalhe sensacional: é diluída em água. As outras, são em solvente à base de thinner. Como tenho um filho de três anos e uma alergia respiratória sensacional, fiz a escolha certa. O cheiro era fraco e nem dava pra perceber nos outros cômodos da casa.



Essas aí são as portas dos armários da cozinha. Isso deu um trampo enorme pra mim, mas como valeu a pena. Vi na internet as seguintes dicas: dava pra pintá-las, dava pra envelopá-las com contact colorido. Pintar eu não queria, pois eram portas de fórmica áspera e desconfiava que não ia ficar bom. Fui no envelopamento, mas ao invés de contact, usei adesivo Oracal preto brilhante, para carros. O resultado: efeito metalizado e espelhado. Fiquei meio receoso a princípio, mas com a parede branca, curti bastante.

Essa era a minha área de serviço. Horrenda. Sem espaço. Com um enorme e incrível tanque... BEJE! E tinha esse armariozão que eu esava pra guardar produtos de limpeza e um bando de tralhas de cozinha. Posso culpar a ex-dona? Não, isso foi ideia minha. Mas não rolou. Espremeu o espaço e eu perdi ventilação e iluminação.


Então, me livrei dele, reaproveitando-o dessa forma: virou prateleiras da nova cozinha. Guardei parte dele para uso futuro. Reaproveitar é o que há. Troquei o tanque por um menor e liberei espaço para secadora e lavadora lado a lado, e ainda coube a geladeira.


Essa parede de pastilhas vermelhas é dos melhores truques que inventei. Pastilhar esses dois metros quadrados seria um trampo do cão: teria de quebrar a parede, fazer sujeira, e nesses dois metros quadrados gastaria, no mínimo, R$700. Saiu a R$500 e pouco, mas o trampo foi quase zero. São pastilhas de resina... adesivas! É, tirei o plastiquinho que elas tinha atrás e grudei na parede.


E como perdi um puta espaço de armário, onde tinha tralha que a gente usa no dia a dia, inventei as prateleiras. Tínhamos esses potes brancos, só os reorganizamos para que ficassem apresentáveis. Também arrumei caixotes, que acabaram virando dois nichos encostados na prateleira: um para os temperos, outro para as canecas. E empilhei três outros para virarem um paneleiro e guarda-coisas usuais.

Resultado: não me custou R$3.000, incluída a mão-de-obra. Detalhes que incluirei em breve: um filtro de água e um depurador. E pronto! Já posso receber parentes e amigos em paz nessa bela cozinha. E nela, fazer as novas receitas do Vim, Vi e Comi.

Comentários

  1. olá!
    parabens pelo trabalho! ficou otimo!

    gostaria de tirar uma duvida, como fez para realizar o envelopamento?! mandou fazer?! fez voce mesmo!? e os valores?!

    obrigado!

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