Reflexões Culinárias – Os Festivais

*Por Paulo Mesquita

Há alguns anos Brasília (e várias outras cidades do país) foram tomadas pelos festivais culinários: Brasil Sabor, Restaurant Week, Comida de Boteco... São os que me recordo de cabeça agora.

Porém, o que a primeira vista parece ser uma ideia legal – comer em bons lugares a preços módicos – tem se tornado um grande engana bobo. Inicialmente porque não são todas as casas participantes que se empenham em criar um prato para o festival. Algo novo, diferente, inovador.

Repare nas entradas servidas nos menus. Praticamente todas são saladinhas com molho de iogurte/mel/queijo e afins. Os demais pratos principais e sobremesas acabam sendo pratos já servidos no dia-a-dia dos restaurantes.

Outro problema, na minha opinião, é a produção em massa dos pratos. Sério, na última sexta-feira eu escolhi um prato que me prometia arroz cremoso de queijos com cebola caramelizada. O que chegou à minha mesa foi, na melhor das hipóteses, um arroz piamontês ruim.

Uma colega que estava comigo e já tinha comido o mesmo prato na casa se espantou. Segundo ela, no dia em que esteve no restaurante pela primeira vez o prato foi muito bem servido. Eu não duvido. Tenho certeza que a casa serviu a ela, num dia mais calmo, um prato de qualidade superior ao meu. Mas a pergunta que fica é: a casa não sabe que às sextas-feiras o fluxo de clientes aumenta? Não tem como se preparar para isso?

Enfim, eu tenho mesmo é que aprender com o Guilherme Lobão e seguir o que ele diz: Comer bem não é pagar menos por menos.

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